sábado, 23 de junho de 2007

Por que não falar de borboletas? III

Hoje é a vez dos casulos. É uma fase do ciclo das borboletas que nem sempre lembramos, mas, como as outras, exerce forte influência na vida delas. Só passando pelos casulos as lagartas se tornam borboletas. É um estado de fragilidade, dentro daquele mundinho só delas, exposto aos perigos externos. Mas ainda assim extremamente necessário para ser borboleta.
Pensando em seus casulos, ainda insistimos na idéia que as borboletas são metáforas da vida.
Nós, seres humanos, também precisamos de casulos. E digo mais: Ai dos que não se encasulam!
Não sugiro que nos vistamos com um saco plástico ou coisa desse tipo e fiquemos alí até virarmos borboletas, nem tão pouco que nos isolemos do mundo em reclusos e abstinências totais. A idéia aqui é que vivamos os casulos da vida, sem medo deles. Eles, os casulos, são nossos amigos, só querem o nosso bem, querem que sejamos "borboletas".
Lembra dos exemplos de encasulamento que Jesus nos deixou? Isso mesmo, Jesus também passou por casulos na sua vida. As vezes em que se isolava para orar ao Pai, como no Jardim do Getsêmani e a sua tentação no deserto, são exemplos desses momentos de auto conhecimento, de transformação e fortalecimento que o Mestre viveu. É para isso que servem os casulos: para nos conhecermos, nos fortalecermos e, ao fim, nos tornarmos algo melhor do éramos quando entramos neles.
Outros exemplos encontramos no Antigo Testamento, como a história de Elias na caverna, com medo da morte. Depois de ser tratado por Deus no seu casulo (a caverna) Elias sai muito mais forte e decidido.
Por que não tomamos os exemplos das borboletas, do Profeta e do Mestre? Vivamos os nossos casulos, aqueles momentos só nossos, talvez de dor ou tristeza, mas importantes e inevitáveis no ciclo da nossa vida. E já que não podemos evitá-los, então nos deixemos transformar nas "borboletas" que Deus planejou para nós após cada casulo.

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