quinta-feira, 21 de maio de 2009

MARCAS DA IGREJA DE CRISTO

“Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe [e outras mulheres]. Quando Jesus viu sua mãe ali e, perto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe:
‘Aí está o teu filho’, e ao discípulo ‘Aí está a tua mãe’.
Daquela hora em diante o discípulo a recebeu em sua casa.”
(João 19.25-27)

Talvez este não seja o texto mais adequado para se refletir sobre família. A imagem cruel e violenta de nosso Senhor morrendo numa cruz parece não deixar espaço para outro sentimento que não dor e tristeza. Mas a vida já nos provou que de grandes tristezas geralmente surgem ensinamentos preciosos.
Do alto da cruz, lugar onde manifesta sua glória, Jesus deixa explicitas as marcas que acompanhariam sua Igreja. O estranho é que estas marcas não se identificam com as características eclesiásticas que tanto valorizamos em nosso século contaminado pelo consumismo e pelas estratégias de marketing, como acontece com as instituições. A Igreja de Cristo, contemplada por ele ao pé da cruz, na verdade é uma família. Suas marcas, suas características, não são as empresariais, expansionistas e triunfalistas, mas sim as familiares. E as marcas de uma família de verdade são afeto, partilha e acolhimento.
Para o Quarto Evangelho, Maria e o Discípulo Amado, envolvidos pela mesma dor, devem acolher-se mutuamente, numa relação sinceramente afetuosa, descomprometida, sem intenção de lucrar algo, apenas pelo prazer da partilha. Porque é pela partilha afetuosa que a dor diminui e a conseguimos suportar.
Uma família sem afeto, partilha e acolhimento não é família.
Uma igreja sem afeto, partilha e acolhimento não é igreja.
Neste mês da família, convido você a contemplar o Discípulo Amado, que propositalmente, no Evangelho de João, não tem nome, e agir como ele, acolhendo ao que sofre, mesmo quando a sua dor também for profunda, pois há pessoas bem próximas a você, na sua família talvez, esperando seu afeto. Então, obedeça a Jesus e acolha a essas em sua casa, em seu coração, porque foi isso que Jesus fez com você.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

PRIVILÉGIO DE POUCOS, COMPROMISSO DE TODOS

Até pouco tempo, acreditava que, dentro do meu circulo de amizades, apenas eu fazia aniversário no dia 10 de Maio. Mas, um dia, conheci o Mário, esposo da Margarida, depois conheci a Cristiane, esposa do Tiago, e, ano passado, conheci o Fábio, esposo da Mari, todos nascidos também no dia 10 de Maio, que, neste ano, coincidentemente, é o segundo domingo de Maio, o Dia das Mães.
Privilégio de poucos celebrarem a vida no mesmo dia em que celebram a vida de quem lhes deu a vida. Um privilégio, mas também uma responsabilidade, porque nos comprometemos com aquilo que celebramos. Comemorar aniversário, celebrar a vida, é atitude de quem se compromete com a vida, de quem conhece seu valor, apesar de nem sempre ela ser como gostaríamos que fosse. Comemorar o dia das mães, celebrar a existência desse ser divino, é atitude de quem assume o compromisso de amar, cuidar e respeitar aquela que lhe deu a vida. E isso vai muito além de presentes de shoppings e frases poéticas. Esse compromisso com a vida não pode ser mensurado pelo poder de compra dos filhos-consumidores. Suspeito sinceramente, que o compromisso com a vida e com as mães (para desespero dos comerciantes!) está naquilo que não tem valor, porque não tem preço: as expressões de afeto, manifestas na doação mútua de um abraço apertado, de um beijo fraterno, de um sorriso verdadeiro.
Talvez o que a vida e as mães esperem de nós, filhos e filhas, hoje, seja apenas o compromisso de amá-las, cuidá-las e respeitá-las. Então, aproveite este dia 10 de Maio para demonstrar todo seu afeto por sua mãe e pela vida que o Senhor te deu através dela, mas também não se esqueça de dar um abraço bem apertado em mim, no Mário, na Cristiane e no Fábio.