quarta-feira, 4 de março de 2009

MEU PEQUENO PRÍNCIPE!

Alguém bem intencionado, mas mal informado, me disse certa ocasião que O Pequeno Príncipe era um livro para crianças. Li, pelo menos duas vezes, esse clássico escrito em 1943 por Antoine de Saint-Exupéry, assisti repetidas vezes o desenho animado e um filme baseados no livro e ainda desejo relê-lo e me encantar novamente com a linda história de um piloto de avião que aterrissa no deserto do Saara e lá encontra um pequeno menino em busca de um carneiro, contando várias histórias incríveis de suas viagens por diversos planetas... Se quiser saber mais, leia o livro!
Nos diálogos com o Príncipe do asteróide B-612, aprende-se sobre a vida e sua simplicidade pelo olhar simples e descomplicado de uma criança. Por isso, insisto em dizer que é um livro para adultos, para que re-aprendamos a ver a vida como as crianças vêem.
Mas, ao falar de vida, há um outro livro ainda mais importante: a Bíblia. Ela também conta a história de um pequeno Príncipe, filho do dono de todos os reinos da Terra. O profeta logo alarida seu nascimento e declara que seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz e que seu reinado jamais terá fim (Isaías 9.6,7), desde o seu nascimento em Belém testemunhado por uma estrela especial e um coro celestial de anjos. O bebê de Belém cresceu e tornou-se homem, adulto, mas com o coração e os olhos puros como de uma criança. Porque só adultos-crianças desafiam autoridades hipócritas, tocam os impuros, acolhem outras crianças, aprendem com grãos de mostarda, arados, pássaros e flores do campo, conversam com mulheres e pecadores, andam com os sem prestígio e confiam em tudo que o Pai diz, mesmo quando as palavras são dor, sofrimento, solidão, cruz e morte.
Jesus Cristo, esse é o nome do nosso Príncipe da Paz. E sua casa não é um asteróide distante no universo, mas o coração de quem aceita o seu Reino, confessa seus pecados e cumpre a vontade de Deus.
Talvez este tempo de Natal, quando lembramos do Jesus Menino, seja um bom momento para aprender olhar a vida sob o brilho da estrela que aponta o lugar onde nasce a verdadeira vida: uma manjedoura simples com uma criança simples – porque a vida com Jesus é assim, simples!

Eu sei o sentido do Natal

É realmente inevitável reconhecer que o Natal já chegou. Está nas vitrines das lojas, nas praças dos shoppings, nas luzes coloridas, no frenesi de consumidores e comerciantes ansiosos por um presente especial ou por mais vendas no mês que encerra o ano. Tudo isso sinaliza que o Natal já chegou. Disso não podemos duvidar. Mas uma pergunta ainda podemos fazer: qual foi o Natal que chegou?
Sinceramente, tenho nada contra estes festejos de fim de ano. Afinal de contas, aquece-se a economia, torna-se mais bela a cidade com as milhares de luzes coloridas e percebe-se facilmente que, pelo menos nesta época, as pessoas são mais pessoas, humanas, solidárias, conseguem celebrar laços de família.
A pergunta sobre qual o Natal que já chegou é a pergunta sobre o verdadeiro sentido da festa. O Natal é uma festa para comemorar o aniversário do Filho de Deus, Jesus de Nazaré, que há mais dois mil anos nasceu bebezinho em Belém. Esse bebê cresceu e quando tornou-se adulto responsável pelos seus atos iniciou seu ministério entre os homens e mulheres de boa vontade, aqueles que amaram mais a luz do que as trevas. Ensinou sobre o amor, a simplicidade, a paz e o perdão, mas também pregou sobre a morte, a dor e o sofrimento, porque sempre falava de vida e a vida é tudo isso. Mas sua mensagem não agradou a todos, especialmente aos poderosos da religião e do governo. Tentaram matá-lo várias vezes e numa dessas tentativas, Jesus se permitiu apanhar. Foi acusado falsamente, espancado violentamente e morto numa cruz. Depois de três dias, porém, ele voltou à vida, ressuscitou e encheu de esperança mais uma vez o coração de quem descobriu pelas suas palavras a razão de viver. E o Filho de Deus fez tudo isso porque nos ama muito (leia João 3.16).
Será que agora conseguimos entender (ou lembrar!) o verdadeiro sentido do Natal? Será que agora já percebemos que o verdadeiro Natal já chegou para nós naquele dia em que entendemos e aceitamos no coração a linda história de amor que acabamos de contar?
Eu sei o sentido do Natal. E você, sabe?

LIÇÕES DE UMA TRISTE CANÇÃO...

Chuvas deixam 109 mortos, 19 desaparecidos e mais de 78 mil desabrigados em Santa Catarina*. Este é o saldo da tragédia anunciado pelos jornais até ontem. E agora, diante de cenário tão desolador, somos, mais uma vez, impelidos a atestar a razão da nossa esperança. Como falar de esperança para quem perdeu tudo, inclusive tudo aquilo que não pode ser comprado ou reconstruído, como a vida de um filho?
Talvez o Dia do Ministro de Música, comemorado hoje nas igrejas batistas, nos ajude a encontrar uma resposta. Que tal pensar na vida como uma canção? E as canções podem ser alegres ou tristes, com melodias, tons e ritmos diferentes, mas todos harmonizados em torno do mesmo fim: tocar o coração, tanto de quem executa ou interpreta, quanto de quem ouve.
E a vida é canção. Ora radiante e forte, ora deprimente e angustiante.
Nestes últimos dias, temos ouvido canções de lamento e dor que ecoam desde o sul do nosso país, chegando a nós aqui no nordeste. E com essa triste canção aprendemos algumas lições: 1) Há tempo para rir e tempo para chorar. Choremos, então, a dor nos nossos irmãos catarinenses. 2) Exemplos de solidariedade, de humanidade podem vim de onde menos se espera. Não importando as reais intenções de ganho nos índices do IBOPE, a mídia apoiou, as pessoas se mobilizaram, as instituições de natureza mais diversa se articularam para que dinheiro, roupas, comida e água chegassem aos desabrigados no sul. São os “filhos das trevas” sendo, mais uma vez, mais prudentes (e humanos) que os “filhos da luz”! 3) E são esses generosos sinais de genuína solidariedade que nos fazem acreditar nas palavras da Razão da nossa Esperança, Jesus: “o Reino de Deus é chegado a vós” (Lucas 10.9). E nestes dias, mesmo em meio a tantas lágrimas, pudemos ver o Reino florescer, fazendo brotar no coração das pessoas sentimentos de amor, justiça e paz.

*Fonte: Folha de São Paulo

COMPROMISSOS ESQUECIDOS?!?

Definitivamente esse mal nos afeta a todos, homens (principalmente) e mulheres: nos esquecemos das promessas que fazemos. Prometemos amar alguém e estar junto na doença ou saúde, riqueza ou pobreza, mas os anos passam e nos esquecemos das juras de amor. Prometemos no dia em que nos batizamos cumprir e viver o Pacto das Igrejas Batistas, porque, a partir daquele dia, nossas vidas deveriam ser expressão do compromisso que um dia assumimos com Cristo e sua Igreja, mas os dias passaram e hoje as palavras caíram no vazio das nossas fracas lembranças.
Contudo, há salvação para os desmemoriados. Basta “trazer à memória aquilo que nos traz esperança” (Lamentações 3.21). Sendo assim, transcrevi o Pacto das Igrejas Batistas, aquele que você e eu lemos no dia do nosso batismo, com a esperança sincera de que ao relê-lo possamos reassumir o nosso compromisso com Jesus e sua Igreja.

“Tendo sido levados pelo Espírito de Deus a aceitar o Senhor Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador, e tendo sido batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimo-nos unânimes, como um corpo em Cristo, firmar solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto:
Comprometemo-nos a, auxiliados pelo Espírito Santo, andar sempre unidos no amor cristão; trabalhar para que esta igreja cresça no conhecimento da Palavra, na santidade, no conforto mútuo e na espiritualidade; manter os seus cultos, suas doutrinas, suas ordenanças e sua disciplina; contribuir liberalmente para o sustento do ministério, para as despesas da igreja, para o auxílio aos pobres e para a propagação do evangelho em todas as nações. Comprometemo-nos também a manter uma devoção particular, a evitar e condenar todos os vícios, a educar religiosamente os nossos filhos, a procurar a salvação de todo o mundo, a começar de nossos parentes, amigos e conhecidos; a ser corretos em nossas transações, fiéis em nossos compromissos e exemplares em nossa conduta; a ser diligentes em nossos trabalhos seculares, evitar a detração, a difamação e a ira, sempre e em tudo visando à expansão do reino do nosso Salvador.
Além disso, comprometemo-nos a ter cuidado uns dos outros; a lembrar-nos uns dos outros nas orações; ajudar-nos mutuamente nas enfermidades e necessidades; cultivar relações francas e a delicadeza no trato; estar prontos a perdoar as ofensas, buscando, quanto possível, a paz com todos os homens.
Finalmente, comprometemo-nos a, quando sairmos desta localidade para outra, unir-nos a uma outra igreja da mesma fé e ordem, em que possamos observar os princípios da Palavra de Deus e o espírito deste Pacto.
O Senhor nos abençoe e proteja para que sejamos fiéis e sinceros até a morte.”

MAIS QUE PALAVRAS...

A cena é inusitada. São os discípulos de Jesus, homens e mulheres acostumados ao cotidiano da vida religiosa judaica que pedem a Jesus que os ensine a orar. Será que pessoas tão voltadas em seu dia-a-dia para a religião não sabiam falar com Deus? Parece que o problema não era com as palavras, mas com a vivência das palavras.
E Jesus, em sua paciência de Mestre, ensina aos discípulos a orar assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mateus 6.9-11)
Não obstante as nossas Bíblias chamarem estes versos de Oração Modelo, não acredito que Jesus tenha ensinado um padrão de oração que deveria ser repetido por todos que ousassem uma audiência com o Pai. Ao contrário, Jesus ensina um estilo de vida que deveria ser experimentado por todos que buscam a Deus com um coração quebrantado.
A oração do Pai Nosso não foi apenas proferida, mas radicalmente vivida por Jesus até sua morte na cruz. Porque é só assim que as palavras ganham poder em nossa vida: quando se traduzem em ações. Orar o Pai Nosso é sentir-se irmão do outro que caminha conosco em santidade; é aceitar a força do Reino de Deus sobre a nossa vontade egoísta; é dividir o pão, os bens e a vida com aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que nós; é perdoar as palavras, ações e omissões contra nós cometidas com a mesma sinceridade com a qual Deus perdoa os erros que cometemos contra ele; é entender que o poder, a honra e glória não estão nos líderes, nas Igrejas ou nas estruturas religiosas, mas somente em Deus, porque ele não as divide com ninguém.
Aproveite nosso “junta panela” de hoje, para orar/viver o Pai Nosso junto com os teus irmãos e irmãs.

Mais alguns sinais de esperança

O célebre personagem Jó, homem conhecedor da angústia pelo sofrimento imerecido, dentre as várias lições que nos ensina, também fala de esperança. Jó acreditava que até para a árvore arrancada da terra e jogada ao pó há esperança de renascença, basta que o cheiro de águas a toque. Mas isso, segundo o sofredor, vale para a árvore, não para nós humanos finitos e mortais. Se a vida se for de nossos corpos, a esperança de recomeçar a acompanha (veja Jó 14). Contudo, o que parece um pessimismo-religioso de Jó, pode ser entendido, na verdade, como uma postura otimista e confiante na vida, própria de quem já chegou ao limite da dor, mas nunca desistiu de viver. Porque a vida, mesmo dura e difícil, é também generosa ao encher nosso coração de esperança com os sinais que acompanham nossa caminhada neste mundo. Pense sobre alguns desses sinais dados pelo Pai da Vida para nós da família soteropolitana.

O casamento de Gil e Mércia, na noite de ontem, nos fez re-pensar os valores dos laços de família, especialmente os conjugais. Numa sociedade com quase total ausência de referências familiares, minada pelo relaxamento dos compromissos de fidelidade e de descaso pela transmissão de caráter firme aos filhos, é motivo de muita alegria perceber que a Igreja de Cristo ainda ergue com orgulho e ousadia a bandeira de uma família que vive em fidelidade e amor. Desejamos que Gil e Mércia continuem a nos inspirar com o seu amor e que seus filhos, Yuri e Wendel, cresçam na graça desse amor que, com certeza, vem de Deus.

Os Batismos que realizaremos na próxima semana, mesmo ainda por vir, já aceleram nosso coração com a alegria de entregar a Jesus os frutos que plantamos e colhemos com esforço e muito amor. São vidas, homens e mulheres, transformados em novas criaturas pelo poder do Espírito Santo e dispostos a trabalhar para que o mesmo Evangelho que os alcançou também chegue ao coração de muitos outros. Desejamos que nossos novos irmãos e irmãs sejam sempre felizes no serviço do nosso Rei.

A primeira fase do vestibular da Universidade Federal (UFBA), que se realiza hoje e amanhã, é motivo de muita expectativa ente os concorrentes, em sua maioria jovens que mal deixaram a adolescência e já se vêem obrigados a escolher a profissão que exercerão para o resto da vida. Mas, mesmo a possibilidade, de cursar uma universidade pública, num tempo de tantas crises financeiras, é, sem dúvidas, uma bênção, especialmente aos que não dispõem de recursos próprios para custear seus estudos em faculdades particulares. Hoje, não peçamos a Deus que todos os candidatos sejam aprovados (pois a quantidade de vagas disponíveis limita nossa fé!), mas lutemos para que haja sempre o acesso justo e igual de todos aos bens essenciais à vida social, com educação, saúde, moradia e trabalho.

Sinais de esperança

Mesmo os mais otimistas reconhecem em suas reflexões que a vida é trágica, que coisas indesejadas acontecem conosco, nos entristecendo e abatendo e que em inúmeras situações da vida não há lugar para a esperança. Contudo, ainda os mais pessimistas terão de reconhecer que, em meio ao caos da vida fugindo sempre do controle de nossas mãos e desejos, há sinais na existência do universo da possibilidade de recomeçar, reconstruir. Por isso temos esperança; porque tudo sempre pode ser re-feito. Jesus disse: “Eu faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21.5).

Nesta semana, a vida nos deu mais alguns de seus generosos sinais que alimentaram nossa esperança.

A nação mais influente do mundo (e de histórico racista) elegeu seu primeiro presidente negro e a nossa esperança política ganhou força. Em meio à crise econômica que afeta os de lá e nós aqui, reacendemos nossos sonhos de um mundo mais justo e igual. Desejamos que a esperança política que depositamos no Presidente Barack Obama se concretize e beneficie também a nós sul-americanos.

Isaac Viana Alencar Menezes, muito nome para um ser tão pequeno e frágil que veio ao mundo nesta semana. Depois de uma gravidez um tanto complicada, que deixou a todos apreensivos, Tia Lu dá à luz o Isaac. E agora, ao ver o semblante aliviado da mãe, saber da beleza e saúde da criança e sentir a força da amizade que abençoou a família, nossa esperança na força da vida se revigora mais uma vez, pois enquanto houver crianças nascendo teremos o direito de sonhar com um mundo melhor. Desejamos que Isaac cresça na graça do Deus de seus pais e, que através do seu riso, a alegria da salvação chegue a muitos corações entristecidos.

E, por fim, Deus nos sinalizou salvação para nosso país quando assistimos na quinta, sexta e sábado, junto a familiares, amigos e vizinhos, três programas abençoados, com mensagens simples e diretas que nos impactaram com o evangelho de amor e perdão. Mesmo cercados por toda sorte de depravação moral apoiada pelas redes de TV e ainda que marcados pela idolatria, violência e desigualdade que assolam nosso povo, foi através da TV que o amor de Deus atingiu o coração do brasileiro. Desejamos que os frutos deixados pelo Projeto Minha Esperança amadureçam e sejam colhidos pela Igreja de Cristo em todo país e que nossa nação, depois dessa colheita, experimente verdadeiramente o amor e a paz de Deus.

Não sei para onde os teus olhos estão direcionados, mas cuide sempre de perceber os sinais de esperança que a vida tem te dado. E lembre-se que “há esperança para o teu futuro, diz o Senhor” (Jeremias 31.17).