terça-feira, 24 de novembro de 2009

PRESENTES ESPECIAIS NUM DIA ESPECIAL

“Parabéns Pastor, pelo seu dia!” Essa, com certeza, será a frase mais ouvida pelos nossos pastores neste segundo domingo de Junho – o Dia do Pastor. E essas datas comemorativas são, apesar das críticas, importantes sim, pois nos ajudam a lembrar da importância de algumas pessoas. Então aproveitamos para dizer coisas bonitas, desejar felicidades, muitas bênçãos, organizar programas especiais traçando o perfil ideal (e inalcançável) de pastor, dar presentes – flores, sapatos, roupas, livros; tudo para ver os nossos pastores mais felizes. E eles realmente ficam, afinal, é sempre bom receber atenção de pessoas queridas.
No entanto, as datas comemorativas também servem bem como momentos preciosos de reflexão. É hora de rever conceitos e posturas. Um bom exercício que não é apenas privilégio dos filósofos, mas de todos que aspiram por amadurecimento na relação consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Refletir sobre nossos conceitos (o que pensamos sobre as coisas e pessoas) e posturas (o nosso comportamento frente a elas) é o primeiro passo para melhorarmos o nosso relacionamento com o mundo e, também, com os nossos pastores.
Hoje, talvez seja o dia de ir um pouco mais além de programas prontos, presentes materiais e doces palavras descomprometidas. Isso todos podem fazer durante o ano todo. Talvez os presentes que os nossos pastores esperam de nós hoje sejam outros: que tenhamos mais compromisso com Cristo, espontânea dedicação nas atividades da Igreja, sinceridade nas falas e atitudes, transparência nas relações com os irmãos e com o pastor, expressões concretas de amor, apoio ao pastor na visão que Deus lhe deu para a Igreja... E vai seguindo a lista. Faça a sua começando pelos itens já mencionados. Vá ao seu pastor hoje ainda e comece a presenteá-lo. Com certeza ele ficará muito feliz e, no dia-a-dia, você, ele e toda a Igreja, desfrutarão de presentes tão especiais.
Que o Sumo Pastor nos abençoe nessa tarefa.

SETE NOTAS PARA UMA NOVA CANÇÃO...

O tema do “novo” é um dos mais recorrentes nas Escrituras Sagradas. O próprio Mestre Jesus se apropria do apelo ao “novo” em sua mensagem sobre o Reino de Deus. O profundo diálogo do Mestre com Nicodemos é um exemplo da importância de “nascer de novo” para aqueles que desejam viver a vontade do Pai (João 3.1-7). O apóstolo Paulo aprendeu esta verdade no caminho para Damasco quando ouviu a voz de Jesus e o aceitou como Senhor (Atos 9.3-5). E em 2ª Coríntios 5.17 sintetizou a “novidade” de vida com Deus afirmando que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo. Mas, já no Antigo Testamento, o salmista Davi declarou que o Senhor colocou em seus lábios um cântico novo para substituir seu estado anterior de pecado e humilhação (Salmos 40.1-3).
Nós, aqui na Sotero, também recebemos de Deus uma nova canção, cheia de vida, graça e perdão, através de seu Filho, o nosso Salvador. Para a canção da cruz, sete notas são fundamentais:
Dó-ação. Desprender-se das coisas e de si mesmo é o primeiro passo para quem deseja começar de novo. Doar os bens é possibilitar que outros tenham acesso igual as mesmas oportunidades que eu. Doar a mim mesmo é responder com o amor de Deus o apelo individualista de um mundo que vive no maligno estilo de “cada um por si”.
-começo. O caminho do retorno é conhecido dos filhos de Deus. Quem canta a canção da cruz sabe que precisa voltar sempre. Volta para reconstruir as cidades e as esperanças, volta para socorrer o caído na estrada e volta ao primeiro amor.
Mi-sericórdia. Na manhã deste domingo, assim como no domingo em que nosso Senhor ressuscitou, as misericórdias do Pai se re-novaram. O coração misericordioso será sempre novo, como novo é o perdão sincero que abre caminhos para unir novamente os irmãos que um dia foram separados pela força diabólica de um coração de pedra.
-mília. A igreja de Cristo nasce ao pé de sua cruz, não numa sala de reuniões no templo de Jerusalém, atribuindo cargos aos apóstolos para gerenciar o povo. Ao nascer da cruz, esse novo povo torna-se “um povo”, com o mesmo coração, mesma dor, mesma alegria, mesma esperança. No Calvário, como numa família, todos são iguais: são culpados pela morte do Cordeiro. Mas também são objeto do amor do Cordeiro que torna a todos que o aceitarem em seus amigos, irmãos uns dos outros e filhos do grande Pai.
Sol-idariedade. O novo cântico de Deus para nós não é uma canção do solitário, mas do solidário. Daquele que, a exemplo do Pai, traz para si as mazelas do mundo, as dores de seus irmãos, as lágrimas das mães, o desespero dos órfãos, o clamor das nações, o gemido da natureza, o desânimo dos que cansaram de lutar por justiça e lhes propõe uma troca: “me dê o fardo que pesa sobre ti e eu te darei um outro leve e suave, estenderei minha mão, emprestarei meu ombro, dividirei meu pão e minha casa e enxugarei tuas lágrimas”.
-mpada. A canção da cruz toca o coração, mas também ilumina a mente, esclarece a razão, tornando visível os perigos do caminho largo e as bênção do caminho estreito.
Si-ngularidade. Ao contrário do mercado fonográfico cheio de imitações, nosso Deus é original e o que ele faz é único, como ele é. Você e eu também somos únicos, assim como a nova canção de Deus em nós. Não queira cantar a música do outro, porque a canção de graça, perdão, esperança e vitória que Deus tem para você já foi composta na cruz do Calvário, basta abrir o coração e ouví-la.

domingo, 8 de novembro de 2009

VOCÊ PODE SER UM CANTOR PROFISSIONAL

Não faz muito tempo que recebi uma “bronca” de uma querida irmã da Sotero. Segundo ela, eu deveria parar de dizer que não sei cantar afinadamente e me esforçar mais para cantar bem. E ela disse a razão: primeiro, porque repetir que não sei cantar me impede de aprender; segundo, porque é muito bonito um pastor que canta, especialmente quando faz isso logo após a pregação.
Mesmo sendo a vítima da “bronca”, admito que concordo com a irmã. Preciso me esforçar para cantar bem e também admiro um pastor-cantor. Mas, também confesso que esse pode ser um dos “espinhos na carne” que terei de levar comigo!
Lembrei desse episódio enquanto refletia sobre a relação da música com a igreja, com as pessoas que assistem nossos cultos e com uma adoração verdadeira ao Pai.
Em seu diálogo com a mulher samaritana (João 4.6-26), um dos mais profundos nos Evangelhos, Jesus revela que a adoração a Deus, ao contrário da adoração aos ídolos, precisa ser em espírito e em verdade. E não poderia ser de outra forma!
Os ídolos não se materializam apenas nas imagens de escultura feitas por mãos de homens (Jeremias 10.14; 51.17), mas também tomam a forma organizacional das estruturas religiosas. O culto ao Deus de Israel tornou-se vazio e sem misericórdia, apesar de suas celebrações tão ostentosas. Problema enfrentado desde o Antigo Testamento (Isaías 1; Amos 5). Se a adoração ao Pai Celeste tem sua manifestação mais expressiva no culto coletivo, então faz sentido que os cultos sejam em espírito (desprendidos de uma estética do espetáculo e da valorização das coisas em detrimento das pessoas) e em verdade (porque diante do Deus que vê nosso coração não há lugar para falsidade).
Infelizmente, ainda insistimos no erro denunciado por Jesus e praticado pelos religiosos de seu tempo. Super-valorizamos a estética dos cultos, o profissionalismo dos músicos, solistas e instrumentistas, a impecável homilia do pregador com terno e gravata e as mais diversas programações especiais cheias de efeitos para impressionar os visitantes. Só nos esquecemos de um discreto detalhe: a adoração em espírito e em verdade que, no ministério de Jesus, se traduz em amar as pessoas com amor de cruz, mesmo que sejam elas quem me crucifiquem.
Não é o profissionalismo que toca o coração de Deus, mas o amor a ele e ao nosso próximo. Por isso, me arrisco a dizer que foi Jesus quem prestou o maior e melhor culto a Deus e fez isso sem templos e sem programações, apenas com sua vida, seu corpo, seu sangue e seu amor numa cruz.
Espero que sejamos profissionais nessa canção chamada amor de Deus.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DOIS ANOS DE VIDA E UM MÊS DE FESTA

Que eu tenho uma paixão declarada por crianças, já é notório a todos com os quais convivo. Gosto de estar com elas, ouvi-las, mesmo que não entenda suas palavras meio enroladas, gosto de observá-las enquanto dão seus primeiros passos na vida. Parecem protótipos de gente, como que “adultinhos”! Nos imitam, vestem nossas roupas, usam nossas coisas, reproduzem nossas palavras e comportamento. A propósito, elas precisam fazer isto, é uma questão de sobrevivência. Pois é nos imitando que as crianças aprendem a “se virar”, pelo menos inicialmente, num mundo no qual elas estão fadadas a viver. Daí tanta exigência sobre os adultos, os pais e responsáveis por crianças: é com você que elas irão aprender a viver.
Nesse momento especial de nossa história, gosto de pensar em nossa Igreja como uma criança, e de apenas dois anos. Uma nova vida em meio a outras centenárias, que começa a dar seus primeiros passos. E como é bom ouvir suas primeiras palavras de amor, perdão e proclamação do Evangelho. Mas, assim como as crianças, a Igreja também imita enquanto aprende. É através do exemplo de outros, daqueles que já foram alcançados e efetivamente transformados pelo amor de Deus, que a Igreja irá aprender a viver neste mundo.
Eis aqui nossa grande responsabilidade ao completarmos dois anos de organização: a Igreja viverá amanhã da forma como aprendeu conosco hoje. Pensando nisso, celebre conosco este aniversário que também é seu. Será um mês inteiro de festa. E no último fim de semana do mês, realizaremos, pela graça de Deus, um impacto evangelístico em nosso bairro, esperando alcançar mais e mais pessoas com a Palavra da Verdade. E escolhemos festejar dessa forma, porque é assim que queremos ser quando crescermos, uma Igreja forte, alegre, que ama as pessoas, inclusive o pecador, e por isso, vai ao seu encontro cumprindo a ordem do Mestre Jesus.
É esse o exemplo que você tem deixado à sua Igreja?
Que o Senhor da Igreja nos abençoe.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

LONGE DO PECADO. PERTO DE DEUS. II

O Jovens da Sotero nos desafiaram nestes dias a nos aproximar mais de Deus. Tal dasafio gera três perguntas: 1) Como me aproximar de Deus?; 2) De que Deus devo me aproximar? 3) E onde posso encontrá-lo? Será o Filho de Deus que nos ajudará nas respostas a essas indagações.
Jesus disse que ele e o Pai são um (João 10.30). Aproximar-se de Jesus, então, significa aproximar-se de Deus.
Esse é o Deus dos cristãos, o nosso Deus: deixou sua glória para se tornar um de nós, nasceu criança frágil numa família simples, conviveu com pessoas pobres e ricas, sentou-se à mesa com homens e mulheres, acolheu crianças, chorou por misericórida, perdoou quem lhe feriu, amou até à cruz e ainda hoje continua nos amando. Se o nosso Deus caminha na direção do amor e da graça até nos encontrar, por que insistimos em procurá-lo na direção dos excessos, dos cultos, dos templos, das religiões, das doutrinas, dos dízimos, das promessas? Já faz muito tempo que Deus mudou de endereço, deixando os santuários frios para habitar os corações dos homens e mulheres que o buscam com sinceridade de coração.
Dito isto, parece que descobrimos o caminho para chegar perto de Deus: Jesus Cristo, seu Filho. Mas lembre-se que aproximar-se de Jesus é aproximar-se de gente, não de deuses, é sentir um coração cheio de amor, não a indiferença das religiões.
Chegue perto de Deus. Ame as pessoas.

LONGE DO PECADO. PERTO DE DEUS.

A disparidade parece óbvia qualquer cristão sincero: na medida em que nos afastamos de Deus, nos aproximamos do pecado e quanto mais próximos de Deus, mais distantes do pecado. São pólos opostos que nunca se tocarão. Mesmo na forma humana, submetido ao tempo e seus percalços, Jesus declara que ninguém o convence de pecado (João 8.46). Foi a expressão “do pecado” que chamou minha atenção no tema proposto pelos Jovens da Sotero. Mas de que pecado devemos manter distância? Porque a lista pode ser imensa! A depender do grau de radicalidade, da literalidade de interpretação bíblica e dos interesses e ideologias dominantes, a quantidade de pecados multiplica-se na mesma medida que já não se sabe mais o que foi mesmo classificado como pecado. Aí, proíbe-se tudo, inclusive a possibilidade de amar, perdoar, servir, adorar etc. Talvez esta Semana Jovem seja uma boa oportunidade para re-pensar nossa lista, começando por uma defeinição mais clara, honesta e bíblica para pecado. Itens como usar maquigem ou calça comprida, assisitir ao Bahia em Pituaçu, tomar banho de mar com roupas de praia, assistir TV e ir ao cinema, já saíram da lista e da vida de muita gente. Graças a Deus! Mas, se estas práticas saem outras devem entrar. Sugiro, então alguns pecados que devem permanecer na lista do nosso coração grifados com tinta vermelha;
1. Altivez. Perto de Deus somos interdependentes, nunca autônomos.
2. Maldade. Perto de Deus, deixamos as armas para plantar flores e jardins.
3. Falsidade. Perto de Deus somos verdadeiros, como ele é a Verdade.
4. Fofoca. Perto de Deus nossas palavras trazem paz, benção, consolo e encorajam.
5. Indiferença. Perto de Deus somos altruístas, rimos e choramos juntos.
6. Inflexibilidade. Perto de Deus, aprendemos com ele a perdoar sempre.
7. Injustiça. Perto de Deus somos todos irmãos e não há necessitados no meio de nós.
Além desses, há outros descritos por Paulo em Gálatas 5.19-21 que também devem fazer parte de nossa lista. E quando parecer difícil resistir a estes pecados, lembre que o vermelho com o qual você os grifou vem do sangue de Jesus, derramado na cruz e poderoso para nos livrar de toda força do pecado. Talvez este antigo hino te ajude a entender isso:
Meu Senhor, sou teu, tua voz ouvi
A chamar-me com amor;
Mas de ti mais perto eu almejo estar,

Ó bendito Salvador!

Mais perto da tua cruz
Quero estar, ó Salvador!
Mais perto, para a tua cruz,
Leva-me, ó meu Senhor!