quarta-feira, 4 de março de 2009

LIÇÕES DE UMA TRISTE CANÇÃO...

Chuvas deixam 109 mortos, 19 desaparecidos e mais de 78 mil desabrigados em Santa Catarina*. Este é o saldo da tragédia anunciado pelos jornais até ontem. E agora, diante de cenário tão desolador, somos, mais uma vez, impelidos a atestar a razão da nossa esperança. Como falar de esperança para quem perdeu tudo, inclusive tudo aquilo que não pode ser comprado ou reconstruído, como a vida de um filho?
Talvez o Dia do Ministro de Música, comemorado hoje nas igrejas batistas, nos ajude a encontrar uma resposta. Que tal pensar na vida como uma canção? E as canções podem ser alegres ou tristes, com melodias, tons e ritmos diferentes, mas todos harmonizados em torno do mesmo fim: tocar o coração, tanto de quem executa ou interpreta, quanto de quem ouve.
E a vida é canção. Ora radiante e forte, ora deprimente e angustiante.
Nestes últimos dias, temos ouvido canções de lamento e dor que ecoam desde o sul do nosso país, chegando a nós aqui no nordeste. E com essa triste canção aprendemos algumas lições: 1) Há tempo para rir e tempo para chorar. Choremos, então, a dor nos nossos irmãos catarinenses. 2) Exemplos de solidariedade, de humanidade podem vim de onde menos se espera. Não importando as reais intenções de ganho nos índices do IBOPE, a mídia apoiou, as pessoas se mobilizaram, as instituições de natureza mais diversa se articularam para que dinheiro, roupas, comida e água chegassem aos desabrigados no sul. São os “filhos das trevas” sendo, mais uma vez, mais prudentes (e humanos) que os “filhos da luz”! 3) E são esses generosos sinais de genuína solidariedade que nos fazem acreditar nas palavras da Razão da nossa Esperança, Jesus: “o Reino de Deus é chegado a vós” (Lucas 10.9). E nestes dias, mesmo em meio a tantas lágrimas, pudemos ver o Reino florescer, fazendo brotar no coração das pessoas sentimentos de amor, justiça e paz.

*Fonte: Folha de São Paulo

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