Essa foi, sem dúvidas, uma das eleições mais concorridas. E, segundo especialistas, graças aos quase 20 milhões de votos alcançados pela candidata Marina Silva chegamos ao 2º Turno na disputa pelo Palácio do Planalto. O PSDB tentou, mas a vitória com 56,05% dos votos válidos foi da petista Dilma Russeff. E eu fiz parte desse percentual de brasileiros que confirmou o “13” nas urnas.
Talvez existam outras, mas tenho três razões para ter votado em Dilma.
1ª. Acredito que o projeto de governo destes últimos anos colaborou com a expansão de valores do Reino de Deus.
Sei que essa realidade pode ser incômoda para muitos de nós cristãos que aprendemos que a religião deveria ser apolítica e que acreditávamos no discurso da Direita afirmando como perigosos e subversivos os esquerdistas, grevistas, sindicalistas. E o cristianismo brasileiro, nas suas faces católica e protestante, colaborou com a demonização da Esquerda, enquanto recebia vultosas vantagens políticas e financeiras para impor as mãos e abençoar generais, ditadores, banqueiros, empresários, políticos e seus mensalões, sua corrupção, sua propina e até sua cueca. E nós acreditamos que apenas na Esquerda existiam demônios. Com certeza, existem pessoas ruins também nos movimentos esquerdistas, como existem na Direita e na Igreja!
Contudo, foram nestes oito anos de Partido dos Trabalhadores, mesmo com todos os escândalos (e eles devem ser apurados com rigor), que percebemos mudanças significativas nas prioridades da política pública brasileira. Houve investimentos em moradia, segurança, educação superior, meio ambiente, infraestrutura, geração de empregos e descentralização de renda. Tivemos a sensação de viver num país mais justo. Espero que não tenha sido apenas uma sensação!
E é aqui que percebi, com muita alegria e esperança, os sinais do Reino de Deus em nossa nação. Pois é através da reparação, da justiça e da prosperidade partilhada entre todos que vivenciamos o Reino. O apóstolo Paulo aprendeu e nos ensinou que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17). Porque foi clara a orientação do Mestre: “Busquem, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mateus 6.33).
Se alguns dos valores do Reino, então, são justiça e paz, acredito que existem muitas pessoas, partidos, governos, empresas, ONG’s e religiões que também anunciam e vivem o Reino de Deus assim com nós, através da Igreja de Cristo. Acredito ser importante identificar estes parceiros e somar forças na construção de um mundo mais justo e igual para todos. Para nós, cristãos, isso se chama comunhão e é através dela que tornamos Cristo conhecido no mundo (João 17.20-23). Até porque, o Reino de Deus está em nós (Lucas 17.21) e não em nossas instituições.
Na verdade, não votei apenas em Dilma, mas num projeto de governo que se propõe olhar para os pobres, os herdeiros do Reino de Deus (Lucas 6.20 e Tiago 2.5-8) e fazer justiça em um país marcado historicamente pela desigualdade.
É sempre bom lembrar que restaurar a dignidade humana faz parte da missão do nosso Senhor e, portanto, também da nossa.
Disse Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”. E depois declarou: “Hoje se cumpriu esta escritura”. (Lucas 4.18,19,21)
Nas próximas semanas compartilharemos as outras razões do meu voto.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
QUEM ACREDITA EM DIAS MELHORES?
Faz algum tempo que descobrir uma verdade libertadora: Deus não pertence à religião.
Descobri que Deus é grande demais para caber na caixinha dos meus rituais religiosos.
Descobri que Jesus é humano demais para ser animalizado pelo fundamentalismo das minhas doutrinas religiosas.
Descobri que o Espírito Santo é solidário demais com aqueles que sofrem para ser contaminado com a frieza e indiferença das pessoas da minha religião.
Talvez por isso, Jesus disse que “a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.23, 24). E o apóstolo Paulo ainda anuncia que “o Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa, pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (Atos 17.24, 25).
Mas, para alívio de todos, não estou abandonando a religião, pois é por ela que expresso minha fé em Deus, o meu Senhor. Apenas pretendo submeter a minha religião a Deus para, diante da cruz de Cristo e pela ação do Espírito, redimi-la do fundamentalismo, da frieza, da indiferença, da prepotência, da arrogância e da auto-suficiência. Porque só assim eu também serei livre para acreditar que Deus pode tornar melhores os dias para mim, para a Igreja de Cristo e para o mundo.
Hoje eu consigo acreditar que dias melhores virão porque acredito que Deus existe e atua tanto dentro quanto fora dos domínios da minha religião.
Hoje posso ler a Bíblia Sagrada, Carlos Drummond de Andrade, Friedrich Nietzsche; posso assistir Deixados para trás em casa e Avatar no cinema; posso ouvir Diante do Trono, Trazendo a Arca, Elis Regina, Chico Buarque, Luiz Gonzaga; posso ir aos cultos de domingo, mas também posso ir à praia com a família; posso viver dias tenebrosos e maus que enchem meus olhos de lágrimas e roubam minha esperança no futuro melhor, mas também posso afirmar que tenho irmãos e irmãs na fé que orarão comigo e me ajudarão a atravessar os vales da sombra e da morte.
Talvez agora a canção Dias melhores, de Rogério Flausino, interpretada pelo grupo Jota Quest possa ser observada sem preconceito, mas como uma declaração de quem já foi liberto pela Verdade (João 8.32).
Vivemos esperando dias melhores
Dias de paz
Dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Vivemos esperando
O dia em que seremos para sempre
Vivemos esperando
Dias Melhores pra sempre
Descobri que Deus é grande demais para caber na caixinha dos meus rituais religiosos.
Descobri que Jesus é humano demais para ser animalizado pelo fundamentalismo das minhas doutrinas religiosas.
Descobri que o Espírito Santo é solidário demais com aqueles que sofrem para ser contaminado com a frieza e indiferença das pessoas da minha religião.
Talvez por isso, Jesus disse que “a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.23, 24). E o apóstolo Paulo ainda anuncia que “o Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa, pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (Atos 17.24, 25).
Mas, para alívio de todos, não estou abandonando a religião, pois é por ela que expresso minha fé em Deus, o meu Senhor. Apenas pretendo submeter a minha religião a Deus para, diante da cruz de Cristo e pela ação do Espírito, redimi-la do fundamentalismo, da frieza, da indiferença, da prepotência, da arrogância e da auto-suficiência. Porque só assim eu também serei livre para acreditar que Deus pode tornar melhores os dias para mim, para a Igreja de Cristo e para o mundo.
Hoje eu consigo acreditar que dias melhores virão porque acredito que Deus existe e atua tanto dentro quanto fora dos domínios da minha religião.
Hoje posso ler a Bíblia Sagrada, Carlos Drummond de Andrade, Friedrich Nietzsche; posso assistir Deixados para trás em casa e Avatar no cinema; posso ouvir Diante do Trono, Trazendo a Arca, Elis Regina, Chico Buarque, Luiz Gonzaga; posso ir aos cultos de domingo, mas também posso ir à praia com a família; posso viver dias tenebrosos e maus que enchem meus olhos de lágrimas e roubam minha esperança no futuro melhor, mas também posso afirmar que tenho irmãos e irmãs na fé que orarão comigo e me ajudarão a atravessar os vales da sombra e da morte.
Talvez agora a canção Dias melhores, de Rogério Flausino, interpretada pelo grupo Jota Quest possa ser observada sem preconceito, mas como uma declaração de quem já foi liberto pela Verdade (João 8.32).
Vivemos esperando dias melhores
Dias de paz
Dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Vivemos esperando
O dia em que seremos para sempre
Vivemos esperando
Dias Melhores pra sempre
sexta-feira, 30 de abril de 2010
COISAS DO CORAÇÃO - III
Nós temos um coração que nos mantém vivos. Usar bem o coração, aderindo a novos hábitos mais saudáveis, permite que este órgão biomecânico continue funcionando, distribuindo sangue por todo o corpo, mantendo-o vivo e saudável.
Ter um coração é ter uma existência; e existir é relacionar-se com o mundo (as coisas e as pessoas) no qual existimos. E assim como acontece com o coração, a qualidade da nossa existência no mundo também está ameaçada por hábitos relacionais ruins. Mudar estes maus hábitos é necessário para salvar nossa vida do perigo de existir no mundo como um objeto, sem coração, e fazendo das pessoas ao nosso redor também objetos.
A prática dessa inversão diabólica (pessoas/objetos x objetos/pessoas) em nossos relacionamentos é um forte indício do quanto Deus está distante do nosso coração, do nosso modo de existir. E se a Bíblia estiver correta ao afirmar que Deus não habita mais em templos feitos por mãos de homens e que cada crente é templo/morada do Espírito Santo, somos forçados a admitir que em muitos momentos de nossa vida Deus fica desabrigado. Essa é a má e triste notícia. A boa e esperançosa notícia é que é possível dar a Deus um novo lar. E o endereço dessa graciosa casa é VOCÊ.
Jesus disse que está à porta, batendo e esperando que você ofereça a ele uma nova casa, um novo lar. E aqueles que têm Jesus morando em seu coração, têm um novo modo de existir no mundo e de se relacionar com ele. Primeiro, porque sua mente, sua reflexão sobre o mundo é diferente. Agimos mal porque pensamos mal e mudamos pouco porque refletimos pouco. Ter Jesus no coração é também usar a cabeça para gerenciar conflitos de forma inteligente e responsável.
Segundo, porque seus sentimentos, suas emoções são diferentemente administradas. Compreender o potencial construtivo e destrutivo de nossas emoções e sentimentos nos ajuda a com-viver melhor com as pessoas. Ter Jesus no coração é também sentir com o mundo, interagir com sua dinâmica de dor e alegria, perda e ganho, ida e volta, lágrima e riso, morte e nascimento, fim e recomeço, fome e partilha. É interagindo que experimentamos com-paixão.
Terceiro, porque seu comportamento, sua maneira de relacionar-se condiz com a maneira como Deus se relaciona com ele. O antigo ditado “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, agora, com Jesus no coração, fica assim: “quem com ferro me fere, com amor, perdão, graça e misericórdia será tratado”. Quando isso parecer difícil lembre que “não mais eu, mas Cristo vive em mim”.
Ter um coração é ter uma existência; e existir é relacionar-se com o mundo (as coisas e as pessoas) no qual existimos. E assim como acontece com o coração, a qualidade da nossa existência no mundo também está ameaçada por hábitos relacionais ruins. Mudar estes maus hábitos é necessário para salvar nossa vida do perigo de existir no mundo como um objeto, sem coração, e fazendo das pessoas ao nosso redor também objetos.
A prática dessa inversão diabólica (pessoas/objetos x objetos/pessoas) em nossos relacionamentos é um forte indício do quanto Deus está distante do nosso coração, do nosso modo de existir. E se a Bíblia estiver correta ao afirmar que Deus não habita mais em templos feitos por mãos de homens e que cada crente é templo/morada do Espírito Santo, somos forçados a admitir que em muitos momentos de nossa vida Deus fica desabrigado. Essa é a má e triste notícia. A boa e esperançosa notícia é que é possível dar a Deus um novo lar. E o endereço dessa graciosa casa é VOCÊ.
Jesus disse que está à porta, batendo e esperando que você ofereça a ele uma nova casa, um novo lar. E aqueles que têm Jesus morando em seu coração, têm um novo modo de existir no mundo e de se relacionar com ele. Primeiro, porque sua mente, sua reflexão sobre o mundo é diferente. Agimos mal porque pensamos mal e mudamos pouco porque refletimos pouco. Ter Jesus no coração é também usar a cabeça para gerenciar conflitos de forma inteligente e responsável.
Segundo, porque seus sentimentos, suas emoções são diferentemente administradas. Compreender o potencial construtivo e destrutivo de nossas emoções e sentimentos nos ajuda a com-viver melhor com as pessoas. Ter Jesus no coração é também sentir com o mundo, interagir com sua dinâmica de dor e alegria, perda e ganho, ida e volta, lágrima e riso, morte e nascimento, fim e recomeço, fome e partilha. É interagindo que experimentamos com-paixão.
Terceiro, porque seu comportamento, sua maneira de relacionar-se condiz com a maneira como Deus se relaciona com ele. O antigo ditado “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, agora, com Jesus no coração, fica assim: “quem com ferro me fere, com amor, perdão, graça e misericórdia será tratado”. Quando isso parecer difícil lembre que “não mais eu, mas Cristo vive em mim”.
COISAS DO CORAÇÃO - II
A descoberta da semana passada foi simples, mas preciosa para a qualidade de nossa relação com Deus, com as pessoas e conosco também. Descobrimos (ou lembramos) que temos um coração, por isso existimos no mundo e nos relacionamos com ele. Saber usar este coração e existir no mundo amando as pessoas que também têm coração e existem no mesmo mundo que nós, foi o desafio lançado no primeiro momento em que refletimos sobre o coração. Hoje, já cientes que temos um coração, que existimos no mundo, refletiremos sobre os perigos que corre nosso coração e os males que comprometem a qualidade de nossa existência.
O órgão biomecânico que carregamos no peito é responsável pela circulação do sangue por todo o corpo, mantendo-o, assim, vivo e em bom funcionamento. Os percalços no trajeto desse sistema circulatório podem ser chamados de doenças cardíacas, pois afetam diretamente o bom funcionamento do coração, do sistema circulatório e demais órgãos, uma vez que lhes falta a oxigenação necessária. Algumas dessas enfermidades são a hipertensão arterial, angina, isquemia cardíaca, infarto do miocárdio, arritmia cardíaca, doenças dos vasos sangüíneos, insuficiência cardíaca congestiva, etc. As doenças cardíacas ainda podem ser congênitas, quando já nascemos com anomalias no aparelho cardiovascular, ou adquiridas através do nosso estilo de vida autodestrutivo com altos índices de sedentarismo, colesterol e estresse.
Contudo, parece haver possibilidade de melhor qualidade de vida cardíaca para todos nós. Para os portadores de doenças congênitas, existem modernas cirurgias de correção e medicamentos apropriados. Para os portadores de doenças adquiridas, o receituário médico é simples: mude seus hábitos! E todos os profissionais de saúde são unânimes na recomendação da prática de exercícios físicos regulares e melhoria na alimentação e na qualidade das relações interpessoais.
O Sábio bíblico nos recomenda “guardar o coração acima de tudo, porque dele provém a vida” (Pv 4.23). Talvez, uma paráfrase adequada do antigo provérbio seria: o teu coração está em perigo; cuide dele.
Se as mudanças em nossos hábitos cotidianos trazem saúde ao nosso coração, as mudanças em nossos hábitos também trazem saúde à nossa existência. Para tanto, segue um conselho: mude seus hábitos espirituais. Pratique exercícios de amor, perdão e tolerância. Se alimente com boa literatura, boa música e boas amizades. Dê graças por tudo. Chore sempre que necessário. Ria da vida e de si mesmo. Não prolifere a fofoca, a mentira e a maldade. Divida tudo - o pão, a dor, a alegria.
O órgão biomecânico que carregamos no peito é responsável pela circulação do sangue por todo o corpo, mantendo-o, assim, vivo e em bom funcionamento. Os percalços no trajeto desse sistema circulatório podem ser chamados de doenças cardíacas, pois afetam diretamente o bom funcionamento do coração, do sistema circulatório e demais órgãos, uma vez que lhes falta a oxigenação necessária. Algumas dessas enfermidades são a hipertensão arterial, angina, isquemia cardíaca, infarto do miocárdio, arritmia cardíaca, doenças dos vasos sangüíneos, insuficiência cardíaca congestiva, etc. As doenças cardíacas ainda podem ser congênitas, quando já nascemos com anomalias no aparelho cardiovascular, ou adquiridas através do nosso estilo de vida autodestrutivo com altos índices de sedentarismo, colesterol e estresse.
Contudo, parece haver possibilidade de melhor qualidade de vida cardíaca para todos nós. Para os portadores de doenças congênitas, existem modernas cirurgias de correção e medicamentos apropriados. Para os portadores de doenças adquiridas, o receituário médico é simples: mude seus hábitos! E todos os profissionais de saúde são unânimes na recomendação da prática de exercícios físicos regulares e melhoria na alimentação e na qualidade das relações interpessoais.
O Sábio bíblico nos recomenda “guardar o coração acima de tudo, porque dele provém a vida” (Pv 4.23). Talvez, uma paráfrase adequada do antigo provérbio seria: o teu coração está em perigo; cuide dele.
Se as mudanças em nossos hábitos cotidianos trazem saúde ao nosso coração, as mudanças em nossos hábitos também trazem saúde à nossa existência. Para tanto, segue um conselho: mude seus hábitos espirituais. Pratique exercícios de amor, perdão e tolerância. Se alimente com boa literatura, boa música e boas amizades. Dê graças por tudo. Chore sempre que necessário. Ria da vida e de si mesmo. Não prolifere a fofoca, a mentira e a maldade. Divida tudo - o pão, a dor, a alegria.
COISAS DO CORAÇÃO
Já houve um tempo em que o coração era considerado o centro administrativo de todo o ser, tanto de suas emoções e inclinações morais quanto de seus pensamentos e atividades intelectuais. Alguns chamam essa “era do coração” de cardiocêntrica.
Os tempos passaram e os conceitos sobre as coisas do mundo e nossa relação com elas também mudou. Em meados do século XVII, William Harvey revoluciona a concepção adquirida do coração, afirmando que o mesmo não tem outra função, senão, bombear sangue, através das artérias, para todo o corpo. Desde então, mesmo ainda sendo considerado um órgão vital, o coração perdeu seu reinado para o cérebro, que assumiu, principalmente na Modernidade, o centro de comando ideal do agir humano, determinado, agora, pela razão e não mais pela emoção fosca da mística medieval. É a tão almejada supremacia da razão sobre a emoção que nos colocou numa nova era que poderíamos chamar de cefalocêntrica.
Hoje, em nossa multifacetada pós-modernidade, já constatamos as luzes da razão não são tão brilhantes e que a mística emotiva dos corações religiosos têm algo a dizer sobre o mundo e a nossa relação com ele. Parece que a descoberta foi essa: todos temos cérebro, mas também coração. Pensamos e sentimos enquanto existimos. Sobrepor uma dessas condições humanas à outra, seria, no limite, deixar de existir no mundo e na interação com ele e as outras pessoas.
Temos um coração, que centralizada todo nosso ser e determina nossas paixões, inclinações, impulso, valores. E não me refiro ao órgão biomecânico que carregamos no peito, mas a uma coisa de natureza espiritual (metafísica, para os filósofos) que a Bíblia Sagrada recomenda guardar com cuidado para não se perder a própria vida: “Guarda o teu coração acima de tudo, porque dele provém a vida” (Provérbios 4.23).
Nestes próximos domingos de Abril, começando hoje, as reflexões serão sobre o coração. Tenho a esperança de encontrar na Palavra de Deus os caminhos para cuidar do nosso coração, para protegê-lo do mal e para fazer dele a morada do Senhor Jesus.
Os tempos passaram e os conceitos sobre as coisas do mundo e nossa relação com elas também mudou. Em meados do século XVII, William Harvey revoluciona a concepção adquirida do coração, afirmando que o mesmo não tem outra função, senão, bombear sangue, através das artérias, para todo o corpo. Desde então, mesmo ainda sendo considerado um órgão vital, o coração perdeu seu reinado para o cérebro, que assumiu, principalmente na Modernidade, o centro de comando ideal do agir humano, determinado, agora, pela razão e não mais pela emoção fosca da mística medieval. É a tão almejada supremacia da razão sobre a emoção que nos colocou numa nova era que poderíamos chamar de cefalocêntrica.
Hoje, em nossa multifacetada pós-modernidade, já constatamos as luzes da razão não são tão brilhantes e que a mística emotiva dos corações religiosos têm algo a dizer sobre o mundo e a nossa relação com ele. Parece que a descoberta foi essa: todos temos cérebro, mas também coração. Pensamos e sentimos enquanto existimos. Sobrepor uma dessas condições humanas à outra, seria, no limite, deixar de existir no mundo e na interação com ele e as outras pessoas.
Temos um coração, que centralizada todo nosso ser e determina nossas paixões, inclinações, impulso, valores. E não me refiro ao órgão biomecânico que carregamos no peito, mas a uma coisa de natureza espiritual (metafísica, para os filósofos) que a Bíblia Sagrada recomenda guardar com cuidado para não se perder a própria vida: “Guarda o teu coração acima de tudo, porque dele provém a vida” (Provérbios 4.23).
Nestes próximos domingos de Abril, começando hoje, as reflexões serão sobre o coração. Tenho a esperança de encontrar na Palavra de Deus os caminhos para cuidar do nosso coração, para protegê-lo do mal e para fazer dele a morada do Senhor Jesus.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
PARA QUEM DESEJA SERVIR
“... lavai os pés uns dos outros.”
Falamos muito em serviço. Mas será que estamos realmente preparados para servir em todas as circunstâncias, a todo momento, nos despindo do orgulho, da vaidade, da auto-suficiência que acalentamos no fundo de nós mesmos?
Parece fácil servir, principalmente se temos em mente atitudes simples de nosso dia-a-dia, que não nos custam esforço ou renúncia. Talvez, justamente aqui esteja nosso erro quando pensamos em serviço: reduzimos o servir a uma ação esporádica, sem efeito duradouro, daí servimos quando podemos, quando sentimos vontade ou quando a situação é gritante e necessariamente temos de agir.
Mas qual seria, então, a maneira correta de servir? A resposta é dada pelo Mestre Jesus. Todo seu ministério é, essencialmente, um exemplo de serviço, percebido na sua encarnação assumindo a forma de homem, nas curas, nos diálogos, nos sermões, na morte, na ressurreição e, de forma sintetizada, no episódio do lava-pés (João 13.1-17).
Nos remontando à cena, imaginemos Jesus, o próprio Deus feito um de nós, deixando seu lugar à mesa, tirando o manto, atando uma toalha na cintura, se abaixando e lavando um a um os pés dos discípulos, que, perplexos, não entendiam ainda o que aquele gesto, próprios dos escravos, significava no ministério de Jesus. Por isso, Pedro, inicialmente, se recusa a ter seus pés lavados pelo Mestre.
A mensagem do texto, tão bem elucidada pelo autor do Quarto Evangelho, é clara: temos que, como cristãos, servir como Cristo serviu, chegando até a lavar os pés uns dos outros (v. 14), se necessário. Mas não é só isso. No lava-pés, Jesus tenta pela última vez fazer com que seus discípulos entendam a verdadeira mensagem do Reino: que “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”. Contrariando todas as expectativas da espera de um rei glorioso, um guerreiro sanguinário ou um revolucionário justiceiro, chega um servo, alguém que lava os pés, inclusive daquele que o havia de trair. O servir para Jesus era um ato existencial, estava atado a ele como aquela toalha cingida na cintura, que não foi retirada mesmo depois de se assentar de volta à mesa.
Aprender a servir com Jesus é estar realmente preparado para servir, seguindo o seu exemplo (v. 15), lavando os pés (servindo) até dos nossos inimigos e entendendo que foi para isso que fomos chamados para seu Reino, o único onde todos são servos uns dos outros, até o Rei.
Que o mesmo Deus-Servo nos faça preparados para servir sempre.
“Se bem sabeis estas coisas (servir), bem aventurados sois se as fizerdes” (v. 17).
Falamos muito em serviço. Mas será que estamos realmente preparados para servir em todas as circunstâncias, a todo momento, nos despindo do orgulho, da vaidade, da auto-suficiência que acalentamos no fundo de nós mesmos?
Parece fácil servir, principalmente se temos em mente atitudes simples de nosso dia-a-dia, que não nos custam esforço ou renúncia. Talvez, justamente aqui esteja nosso erro quando pensamos em serviço: reduzimos o servir a uma ação esporádica, sem efeito duradouro, daí servimos quando podemos, quando sentimos vontade ou quando a situação é gritante e necessariamente temos de agir.
Mas qual seria, então, a maneira correta de servir? A resposta é dada pelo Mestre Jesus. Todo seu ministério é, essencialmente, um exemplo de serviço, percebido na sua encarnação assumindo a forma de homem, nas curas, nos diálogos, nos sermões, na morte, na ressurreição e, de forma sintetizada, no episódio do lava-pés (João 13.1-17).
Nos remontando à cena, imaginemos Jesus, o próprio Deus feito um de nós, deixando seu lugar à mesa, tirando o manto, atando uma toalha na cintura, se abaixando e lavando um a um os pés dos discípulos, que, perplexos, não entendiam ainda o que aquele gesto, próprios dos escravos, significava no ministério de Jesus. Por isso, Pedro, inicialmente, se recusa a ter seus pés lavados pelo Mestre.
A mensagem do texto, tão bem elucidada pelo autor do Quarto Evangelho, é clara: temos que, como cristãos, servir como Cristo serviu, chegando até a lavar os pés uns dos outros (v. 14), se necessário. Mas não é só isso. No lava-pés, Jesus tenta pela última vez fazer com que seus discípulos entendam a verdadeira mensagem do Reino: que “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir”. Contrariando todas as expectativas da espera de um rei glorioso, um guerreiro sanguinário ou um revolucionário justiceiro, chega um servo, alguém que lava os pés, inclusive daquele que o havia de trair. O servir para Jesus era um ato existencial, estava atado a ele como aquela toalha cingida na cintura, que não foi retirada mesmo depois de se assentar de volta à mesa.
Aprender a servir com Jesus é estar realmente preparado para servir, seguindo o seu exemplo (v. 15), lavando os pés (servindo) até dos nossos inimigos e entendendo que foi para isso que fomos chamados para seu Reino, o único onde todos são servos uns dos outros, até o Rei.
Que o mesmo Deus-Servo nos faça preparados para servir sempre.
“Se bem sabeis estas coisas (servir), bem aventurados sois se as fizerdes” (v. 17).
sexta-feira, 2 de abril de 2010
POR CRISTO VOU ATÉ OS CONFINS DA TERRA
Este foi o tema da Campanha de Missões Mundiais que encerramos, aqui na Sotero, no culto da noite de hoje. É uma declaração corajosa!
Para aqueles que gostam de encarar desafios, ir por Cristo até os confins da Terra é um dos grandes. E por, pelo menos, três razões:
1. É por Cristo até vamos até os confins da Terra. Talvez não seja difícil chegar aos lugares mais longínquos e exóticos do Planeta, principalmente com as facilidades do transporte aéreo e com a exploração do mercado turístico. Há os que vão para muito longe de sua terra natal para estudar, para sobreviver, para passear, para trabalhar. Mas, no exercício da missão não são os nossos interesses que contam como motivação para sair por todos os cantos da Terra. Saímos em missão por causa de Jesus Cristo, nosso Senhor, pois “é por ele e para ele que nos movemos e existimos” (rsrsr). Portanto, não é pela denominação ou pela igreja que saímos em missão. Mas também não é por uma obrigação cristã. Se vamos aos confins do mundo por Cristo, então, o imitaremos em seus passos peregrinos, seus braços que acolhem, suas mãos que curam, seu olhar que revela, sua voz que acalma, suas palavras que consolam, sua alma que se angustia, suas lágrimas companheiras, sua cruz de amor.
2. Sou eu que irei até os confins da Terra. No mundo pós-moderno da terceirização tanto dos bens e serviços quanto das responsabilidades humanas para com o outro e a criação, a missão também se vê nas mãos de terceiros. Os confins da Terra é lugar para os pastores e pastoras, missionários ou qualquer outra pessoa que se sentir tocada pelo clamor das nações. Não é uma responsabilidade minha viver a missão (afinal de contas, já remuneramos os pastores e missionários para isso!). Como é triste perceber que o “deus deste século” ainda continua cegando o entendimento de muitos. A missão deve ser cumprida por mim porque há espaços geográficos e sociais que apenas eu tenho acesso. Se não viver a missão nestes espaços, ninguém mais fará. Além disso, no Reino de Deus todos pegam no arado e saem a semear. Um pastor na China semeia o Evangelho no coração dos chineses, mas é você quem deve semear e testemunhar do Amor de Deus à sua família, seus vizinhos e amigos.
3. É nos confins da Terra que eu devo cumprir minha missão. Alguns são chamados pelo Senhor para anunciar a Salvação em lugares distantes de sua terra natal. Mas para outros, o chamado será para ir a outros confins, não os da Terra, mas os da alma, do coração das pessoas que estão muito próximas. O próprio Jesus orienta: “primeiro em Samaria, depois...”. O objetivo de nossa missão não é apenas levar a Palavra, mas restaurar vidas através da Palavra Viva. Nossa missão é também é chegar aos confins do coração dos homens e mulheres, que, a passos largos nesse mundo mal, se distanciam cada vez mais da cruz de Cristo.
Por Cristo eu vou até os confins da Terra. E você, vai?
Para aqueles que gostam de encarar desafios, ir por Cristo até os confins da Terra é um dos grandes. E por, pelo menos, três razões:
1. É por Cristo até vamos até os confins da Terra. Talvez não seja difícil chegar aos lugares mais longínquos e exóticos do Planeta, principalmente com as facilidades do transporte aéreo e com a exploração do mercado turístico. Há os que vão para muito longe de sua terra natal para estudar, para sobreviver, para passear, para trabalhar. Mas, no exercício da missão não são os nossos interesses que contam como motivação para sair por todos os cantos da Terra. Saímos em missão por causa de Jesus Cristo, nosso Senhor, pois “é por ele e para ele que nos movemos e existimos” (rsrsr). Portanto, não é pela denominação ou pela igreja que saímos em missão. Mas também não é por uma obrigação cristã. Se vamos aos confins do mundo por Cristo, então, o imitaremos em seus passos peregrinos, seus braços que acolhem, suas mãos que curam, seu olhar que revela, sua voz que acalma, suas palavras que consolam, sua alma que se angustia, suas lágrimas companheiras, sua cruz de amor.
2. Sou eu que irei até os confins da Terra. No mundo pós-moderno da terceirização tanto dos bens e serviços quanto das responsabilidades humanas para com o outro e a criação, a missão também se vê nas mãos de terceiros. Os confins da Terra é lugar para os pastores e pastoras, missionários ou qualquer outra pessoa que se sentir tocada pelo clamor das nações. Não é uma responsabilidade minha viver a missão (afinal de contas, já remuneramos os pastores e missionários para isso!). Como é triste perceber que o “deus deste século” ainda continua cegando o entendimento de muitos. A missão deve ser cumprida por mim porque há espaços geográficos e sociais que apenas eu tenho acesso. Se não viver a missão nestes espaços, ninguém mais fará. Além disso, no Reino de Deus todos pegam no arado e saem a semear. Um pastor na China semeia o Evangelho no coração dos chineses, mas é você quem deve semear e testemunhar do Amor de Deus à sua família, seus vizinhos e amigos.
3. É nos confins da Terra que eu devo cumprir minha missão. Alguns são chamados pelo Senhor para anunciar a Salvação em lugares distantes de sua terra natal. Mas para outros, o chamado será para ir a outros confins, não os da Terra, mas os da alma, do coração das pessoas que estão muito próximas. O próprio Jesus orienta: “primeiro em Samaria, depois...”. O objetivo de nossa missão não é apenas levar a Palavra, mas restaurar vidas através da Palavra Viva. Nossa missão é também é chegar aos confins do coração dos homens e mulheres, que, a passos largos nesse mundo mal, se distanciam cada vez mais da cruz de Cristo.
Por Cristo eu vou até os confins da Terra. E você, vai?
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