sábado, 18 de julho de 2009

NO MUNDO DA LUA!

Aqueles que, como eu, viveram parte da infância e a adolescência nos anos 90 devem se lembrar de um seriado de TV chamado “Mundo da Lua”, protagonizado pelo garoto Lucas Silva e Silva, que vive numa família tipicamente brasileira e recebe do avô Orlando um gravador onde registra todas as suas aventuras no seu, bem particular, mundo da Lua.
Não foi por acaso que me lembrei desse seriado. Acho que sofri um “estímulo memorial” depois que li a seguinte notícia na internet: Os 40 anos da chegada do homem à Lua. Foi em 16 de Julho de 1969 que o astronauta norte-americano Neil Armstrong, pisou em solo lunar. Assim, (apesar das desconfianças da veracidade do fato) o mundo lembrou e comemorou nesta quinta-feira os 40 anos da chegada do homem à Lua.
Parece que os homens, e as mulheres, gostam mesmo é do mundo da Lua! E o fascínio do “Luminar Menor” encanta os casais apaixonados, influencia as marés do imenso mar, orienta as plantações e colheitas e até inspira contos fantásticos como o do Lobisomem.
O astronauta e o Lucas Silva e Silva têm algo em comum: ambos estão no mundo da Lua. Para o primeiro, chegar à Lua é transpor limites, alargar fronteiras, marcar território, enfim, ostentar poder. Não descredibilizo os esforços científicos e as boas intenções dos cientistas com o envio do homem à Lua, apenas suspeito que existam outros interesses capitalistas e de dominação latentes à imagem da bandeira norte-americana ficada no solo da Lua. E é incrível como sempre há verbas financeiras quando o investimento é em ostentação e dominação. Foram bilhões para se chegar à Lua e outros milhões para invadir o Iraque. Mas ainda há crianças morrendo de fome nas ruas do mundo todo.
No segundo caso, o mundo da Lua é um refúgio, o lugar seguro para onde o Lucas viaja sempre que a vida não é como ele gostaria que fosse. As histórias imaginadas pelo garoto sempre são as “outras histórias”, porque existe uma história real da vida real de um garoto real numa família problematicamente real. Viajar para o mundo perfeito da Lua é, na verdade, fugir da realidade dura da vida nossa de cada dia.
Começo a achar que de astronautas e Lucas todos nós temos um pouco. Também investimos nossos recursos, sejam os financeiros ou não, em projetos que só têm sentido dentro de nossa ambição desmedida, capaz de atropelar cegamente nossos companheiros de jornada. Talvez seja interessante lembrar as orientações bíblicas sobre o uso do dinheiro com aquilo que não é pão (Isaías 55.2) e sobre o desejo mortal de ganhar o mundo mesmo perdendo a própria alma (Mateus 12.13-21).
Sobre o Lucas Silva e Silva e a nossa insistente fuga para o mundo da Lua, falaremos na próxima semana.

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