quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VOCÊ PRATICA ESSE ESPORTE?

A última sexta, dia 02 de outubro, ficará marcada como o dia em, pela primeira vez, um país da América Latina foi escolhido para sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Sediar as Olimpíadas de 2016 não foi uma vitória apenas do Rio de Janeiro. Todos nós, brasileiros, latino-americanos, nações historicamente esfoliadas pelo violento capital do Primeiro Mundo, soltamos mais um grito de esperança, há muito preso na garganta. Parece que estamos diante de mais um daqueles momentos quando a história nos sinaliza razões para crer, lutar e ter esperança. E que bom que tais “sentimentos” (ou posturas de vida, como queiram) não estão patenteados e licenciados apenas ao uso dos religiosos filiados às organizações eclesiásticas ou correntes espiritualistas. Afirmo ser bom tal cenário, porque, sinceramente, acredito que os religiosos, no perfil que se apresentam hoje, não têm capacidade de administrar sentimentos tão genuinamente humanos. Pois todos os religiosos e espiritualistas correm o risco de desumanizar-se, afastar-se da condição humana na mesma proporção em que se aproximam cegamente das “coisas” da religião. Para falar, então, das “coisas” dos homens é necessário ter o coração de homem; sentir, rir, chorar, cair, levantar, desiludir-se, encantar-se, lutar, resisitir, desistir, correr, descansar. E tudo isso é, também, espiritualidade!
Apezar das críticas aos Jogos Olímpicos em seu modelo capitalista moderno, acredito que eles ainda são um bom exemplo das potencialidades humanas, daquilo que podemos produzir juntos, dos limites físicos e ideológicos que podemos superar, além de uma excelente oportunidade para celebrar valores como persisitência, disciplina, cooperação e esperança. O esporte, tanto na prática do baba do campo da Viúva no Bonoco, quanto as competições milionárias nos estádios internacionais, tem o poder de superar as diferenças religiosas e sociais, transformando todos em torcedores.
Não sei se nosso Mestre Jesus foi artileiro do campeonato Palestino, se bateu recordes no nado costas no Mar da Galiléia ou se venceu o Gran Prix da Formúla 1 em Jeruzalém. Mas sobre algo tenho certeza a respeito do meu Senhor: ele foi homem como eu (João 1.14)! Sua espiritualidade não era escrava da religião-vazia-de-amor praticada em seu tempo, nem maquiada por práticas espiritualistas de meditação e auto-ajuda, egoístas e alienadas ao problemas de quem está a sua volta. É nas aves do céu, nas flores do campo, no sorriso das crianças, no acolhimento afetuoso, no arrependimento sincero, nas dores da própria existência, na dignidade restaurada, no perdão genrosamente oferecido a todos e todas que está a espiritualidade do Filho do Deus.
Aos que praticam esportes e a nós, os sedentários, fica o convite: sejamos verdadeirmante espirituais, como espiritual é o nosso Senhor.

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